sábado, 2 de janeiro de 2010

Para a torcida, ele é o “homem gol” do XV


Douglas Richard Dias, 36 anos, é paulistano. Mas é no interior que ele tem feito sucesso. Alguns anos mais, outros menos. Mas ainda é visto por boa parte da torcida do XV de Jaú como o “homem gol” que o clube precisa para tentar alcançar o acesso à Série A-2.
O atacante foi o último dos nove contratados a se apresentar. Chegou ao Estádio Zezinho Magalhães no dia 16 de dezembro, cerca de dez dias depois de ter assinado em branco um contrato com a diretoria do XV de Jaú. Douglas cumpriu a promessa e está no Galo pela segunda vez na carreira.
Ele é velho conhecido da torcida do Galo. Douglas Richard foi o principal artilheiro do XV em 2006, ano em que o clube conquistou o acesso à Série A-2 depois de amargar nove anos na terceirona. Marcou nove gols, mesmo chegando na segunda metade da competição.
Um dos gols foi em cima da Ferroviária, em pleno Estádio da Fonte Luminosa, no jogo derradeiro do acesso. Na ocasião, o time local jogava pelo empate para conquistar o acesso. O XV calou os rivais e venceu por 2 a 0. Subiu naquele ano. A Ferroviária subiu no ano seguinte. Mas também foi rebaixado em seguida. Em 2010, XV e Ferroviária vão duelar de novo pelo acesso.
Em 2007, Douglas foi contratado pela Ferroviária. Atuou ainda no Imperatriz-MA (Série C do Brasileiro). Em 2008 defendeu o Monte Azul Paulista na Série A-2 e jogou por SEV/Hortolândia e Francana no Paulista e na Copa Paulista, respectivamente. Em 2009, o atacante atuou na primeira divisão do futebol goiano, pelo EC Trindade, e em seguida jogou pelo Olé Brasil no Campeonato Paulista da Segunda Divisão.
Douglas fala do início da carreira: “Sempre fui apaixonado por futebol. Desde criança já corria atrás da bola. Depois foi para os campos da vila, na escola e até na rua com os colegas. Fui jogar em escolinha de futebol em Ribeirão Preto. A partir daí, ganhei uma chance de começar a carreira num clube profissional. Atuei nas catego-rias de base do Botafogo e Comercial, de 1985 a 1990.”
E lembra que era meio-campista: “Eu atuava no meio-de-campo nas equipes de base do Botafogo, quando o ex-treinador Lola disse ‘você tem de ser atacante’, ‘você é bom para jogar na área e passará a ser meu atacante para fazer os gols’ e foi aí que passei a ser atacante”.


Douglas quer retribuir gratidão


Comércio do Jahu - Como se sente ter ajudado o XV a subir para a Série A-2 e voltar e ver o time de novo na A-3?
Douglas Richard - Bom, o acesso foi um orgulho mesmo para mim ter ajudado o time a subir. Por outro lado, vejo com muita tristeza o clube ter caído novamente. Quando caiu eu já não estava mais aqui. É mais duro ainda ver o time cair e a gente não poder fazer nada. Mas vamos todos juntos, unidos e com muita garra e determinação buscar esse acesso novamente. O XV merece.

Comércio – Você continua matador como antes?
Douglas - Graças a Deus, sim. Por onde tenho atuado os gols estão saindo. E aqui espero que não seja diferente.

Comércio - Quantos gols fez nos últimos times por onde passou?
Douglas - Fiz muitos, graças a Deus. Foram muitos, mais de 20 nos dois últimos anos.

Comércio - Como se sente sendo ídolo de grande parte da torcida do Galo, coisa rara em equipes do interior que trocam de elenco todo ano?
Douglas - É um reconhecimento, uma gratidão de verdade. É muito gratificante. Me sinto grato e quero fazer de tudo em campo para agradecer esse reconhecimento. Podem esperar. Da minha parte vou fazer de tudo para ajudar o XV.

Comércio - Será que vai conseguir ajudar o XV a subir de novo?
Douglas - Se depender de mim, com certeza. Estou confiante no grupo e no professor Felício. A vontade é muito grande e quem sabe a gente possa chegar à reta final e comemorando o acesso. Acho que não é só minha vontade, é do grupo todo. A união dentro e fora de campo vai nos ajudar muito. A gente sempre espera obter êxito. Melhor ou pelo menos igual quando subimos.

Comércio - Conhece atletas desse elenco?
Douglas - Conheço sim. Já joguei com o Wellington Costa (subimos juntos com o XV para a A-2), além do Sérgio Barrinha (bom jogador) e do atacante Fabinho (grande companheiro).

Comércio - Quem são os favoritos a subir na A-3 de 2010?
Douglas - Acho que ainda é cedo para falar alguma coisa. Tem de esperar a bola rolar. Treino é treino e jogo é jogo. No momento não podemos falar quais são os favoritos. Hoje, o futebol está nivelado. O futebol moderno surpreende. Espero que seja o XV e mais três. O trabalho do grupo é nesse sentido e temos de pensar em nós, no nosso time. Temos de nos concentrar em nós.

Comércio - O que achou do Flamengo campeão brasileiro de 2009?
Douglas - Foi merecido. Nas últimas 14 rodadas foi o clube que mais fez pontos. Teve méritos. Enquanto os demais se enroscaram, o Flamengo veio numa crescente, contando com a experiência de Petkovic e Adriano. Está de parabéns! Ficou em boas mãos.

Comércio - O Dunga está no caminho certo das convocações?
Douglas – Ele vem escolhendo os melhores jogadores do momento. Ele conhece, não é? Já esteve lá. Pegou uma seleção que foi eliminada na Copa da França, desmotivada e, mesmo recebendo críticas, conseguiu títulos e ainda classificou para a Copa de 2010. Ele vem convocando certinho sim. Os atletas convocados são os melhores da atualidade.

Comércio - Quem deve ser a dupla titular e a reserva no ataque da Seleção Brasileira na Copa?
Douglas- É duro falar nesse momento. Todos os atacantes são bons. Só sei que o Luís Fabiano no meu time tem vaga garantida. Os demais que estão na briga são Robinho, Adriano e Nilmar. Com relação à dupla reserva é duro falar qualquer coisa. Mas o Dunga sabe o que faz. Ele está vendo de perto.

Comércio - O que esperar do time do Dunga na África do Sul: título ou decepção?
Douglas - Bom, como todo brasileiro também espero o melhor, ou seja, o título. Nossos jogadores são considerados os melhores do planeta. Mas como já falei, o futebol se modernizou muito e hoje não tem mais time bobo. Não existe time bobo e nem jogo fácil.

Comércio – Você já disse que não veio para ser o homem-gol do XV. Como é então?
Douglas – (risos) Eu vim para somar, ajudar e fazer de tudo para levar o Galo para a Série A-2. Não é só o camisa 9 que marca gol. Também tem camisas 3, 6, 8 e 11 e outras. O mais importante é ver o time ganhar. Os gols são consequência do trabalho em campo.

Comércio - Qual mensagem você deixa aos torcedores que querem ver o time em ação?
Douglas - Paz, muita união, boas festas, além de um ano-novo cheio de saúde e realizações. E quanto ao XV, muita calma e paciência. Vamos com calma, humildade, simplicidade para poder conquistar algo.

Comércio - Como se sente sendo o jogador mais velho do elenco?
Douglas - Muita responsabilidade dentro e fora de campo. Mas com minha experiência poderei ajudar os demais companheiros, em especial os garotos. É uma função a mais. Mas não tem problema. Temos de vencer os desafios com muito trabalho. (Colaborou: José Roberto Soares)

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