Torcedor mostra paixão pelo Galo e é cinco vezes sócio

Antonio Justo é conselheiro do clube, dono de título patrimonial, Sócio-Torcedor duas vezes e paga Galo Avante em dose dupla

Antonio Justo e José Construtor

Antonio Justo, 69 anos, é torcedor do XV de Jaú desde 1948, quando ia aos jogos do Galo na companhia do pai. Em 2000 virou sócio do clube pelo qual tem verdadeira paixão. Pouco depois passou a integrar o Conselho Deliberativo. E ele ajuda o time do coração no que pode. Quer ser voluntário quando voltar a morar em Jaú e, quem sabe, presidir o clube.

Justo já era sócio do XV, quando a diretoria anterior criou o projeto Sócio-Torcedor para atrair novos associados. Ele comprou logo dois e quitou tudo. No ano passado, com o lançamento do projeto Galo Avante, para atrair mais sócios, Justo adquiriu mais dois e paga antecipadamente as parcelas – ao todo são 24 de R$ 50.



Carteirinhas - Portanto, em breve, Antonio Justo poderá ter cinco carteirinhas de sócio do XV. Cinco vezes sócio. Quer prova maior de amor a um clube de futebol? Ele conta o motivo de se associar tantas vezes. “Foi feita aquela campanha Sócio-Torcedor e eu disse que ia ficar com dois. Para colaborar mesmo. Depois teve o Galo Avante também comprei logo dois.”

Justo vem ao Jauzão para assistir a todos os jogos do Galo. E, quase sempre, viaja para as cidades nas quais o XV joga para torcer pelo time de sua cidade. Quando vai fora, ele se apresenta como conselheiro do Galo. Em Jaú, mistura-se aos torcedores nas arquibancadas. “Gosto de ver os jogos da arquibancada. Fico para lá e para cá, circulando para conversar com os amigos.”



Time atual - Sobre o time de 2010, que chegou à segunda fase da Série A-3 do Paulista e foi o oitavo colocado no geral, Antonio Justo comenta: “Gostei. Pena que não subiu. Não teve sorte na fase final. Por sinal, o time deste ano e o time de 2005 foram os melhores do XV nos últimos tempos.”

Justo faz questão de frisar que ambas as equipes tiveram o dedo do técnico Felício Cunha na montagem – em 2005 o treinador saiu antes dos três jogos finais e em 2010 pediu demissão após a 10ª rodada quando o time era o 13º na tabela de pontos.



Decepção - “A equipe de 2005 era melhor até do que a de 2006. Em 2006 nós subimos da A-3 para a A-2, mas o time de 2005 era melhor. Empolgou todo mundo. Perdemos para o Rio Claro aqui na última rodada”, relembra Justo.

Aliás, aquela derrota em 19 de junho de 2005 foi o momento mais triste para o torcedor veterano do Galo. “Foi minha maior decepção. Nem quando o XV foi rebaixado pela primeira vez, em 1959, eu fiquei tão decepcionado como em 2005”, garante.



Presidente – Antonio Justo admite ter vontade de ser presidente do XV. “Quem sabe um dia. Vontade eu tenho, afinal torço para o XV desde 1948“.

O atual presidente do XV, José Construtor, disse reiteradas vezes que sonha ver Justo na presidência do clube. Mas não já. Construtor quer ver o amigo no comando do clube quando o clube puder caminhar por contas próprias, sem depender de verba do presidente. “Meu sonho é passar a presidência para ele. Se ele for presidente eu assumo o compromisso de dar R$ 10 mil por mês enquanto durar o mandato dele.”



Ídolos – O torcedor e conselheiro conta que viu muitos jogadores do Galo em ação e que em cada época um se destacava. Ao citar nomes, disse os ídolos do passado, como Guanxuma, Mozart e Ledesma, este último apontado por Antonio Justo como grande cobrador de faltas. Para ele, outro grande craque foi Valdomiro, do time do acesso em 1976, a quem considera o “maior centroavante que o XV já teve”.

Justo estava ao lado do XV em todos os grandes momentos do clube, como o primeiro acesso à elite em 1951. Também viu o Galo subir em 1976, em Campinas, para onde foi uma caravana de torcedores quinzeanos. E, em 1995, no último acesso à Série A-1, ele estava no Jauzão – na época, o XV era comandado pelo técnico José Poy e subiu após o terceiro turno, ficando com a segunda vaga, uma vez que a primeira foi do Mogi Mirim.



Com o XV - “Estou sempre com o XV e não apenas quando o time sobe”, garante Antonio Justo. “Mesmo quando o time está em último eu estou junto. Torcer com o time em primeiro lugar é fácil.”

Na sala de troféus do XV ele observa as conquistas do Galo e pára especialmente em uma flâmula, a que foi entregue na inauguração do gramado do Estádio Zezinho Magalhães, em 15 de agosto de 1973, quando o Juventus veio jogar na cidade. “Eu vi esse jogo”, diz ele.

Em termos de emoção, segundo ele, nada se compara ao jogo diante do Santo André, em 1995, no Jauzão. O XV perdia por 2 a 1 e, nos cinco minutos finais, conseguiu a virada por 3 a 2 e partia para buscar o acesso. O gol da virada foi marcado por Niltinho, que é da cidade onde mora Antonio Justo hoje. “É um jogo que nunca esqueço.”

Justo morou em Jaú até 1970, quando foi trabalhar na CESP e se mudou para Barra Bonita. Morou ainda em Rio Claro e Mococa antes de ser transferido para Santa Bárbara. Sua família é de lá. E é de Santa Bárbara, distante 160 quilômetros de Jaú, que o torcedor se desloca para ver os jogos do Galo em Jaú.

Aposentado, comprou casa em Jaú recentemente e a está reformando. Tem planos para morar em Jaú até o fim do ano. “Quando mudar para Jaú quero ser voluntário no XV, pelo menos três vezes por semana”.