domingo, 26 de julho de 2009
EvandroPilôni: Bariri não deu retorno esperado
O gerente de futebol do CAL Bariri, Evandro Pilôni, dono da Faith Sports, uma das investidoras na equipe, revela que falta apoio de Bariri ao projeto de se formar na cidade um time profissional. Na avaliação dele, o retorno não foi o esperado e isso levou o grupo de gestores a perder um dos seus integrantes.
Na primeira fase do Campeonato Paulista da Segunda Divisão, o CAL Bariri jogou 14 vezes, obteve seis vitórias, três empates e cinco derrotas. Com exceção da partida em que a prefeitura comprou 2 mil ingressos para distribuir entre a população no aniversário da cidade, os demais jogos tiveram público bem reduzido – variando de menos de 200 pagantes a cerca de 700.
Na entrevista a seguir, Evandro Pilôni fala um pouco do CAL Bariri e reitera que o projeto de conquistar o acesso para a Série A-3 continua. Ele quer ver em 2010 o clássico regional CAL Bariri x XV de Jaú.
O CAL Bariri divulgou que está com a grana curta por ter perdido o apoio de uma empresa italiana. Corre-se o risco de dispensar jogadores justamente nessa fase em que os adversários serão mais fortes?
Evandro Pilôni - Quanto à dispensa, naturalmente ela vai ocorrer. Hoje, tenho um elenco de 27 jogadores e, infelizmente, alguns terão de deixar o clube. Com um elenco um pouco mais reduzido, a gente conseguirá dar uma enxugada no orçamento.Comércio – Já dispensou algum?Pilôni - Esta semana (semana passada) dispensamos dois jogadores. Provavelmente, sairão mais cinco, ainda assim ficaremos com um elenco de 20 atletas, que dá para tocar até o fim tranquilamente.
Com essas demissões e falta de recursos, o projeto de subir para a A-3 vai por água abaixo?
Pilôni - Não, não, em nenhum momento nós tiramos o foco do A-3 em 2010. Ano que vem terá clássico regional: CAL Bariri x XV de Jaú. Nosso projeto continua sendo o acesso. Estamos preparados para subir e isso tem sido feito com planejamento, nada aleatório. Para você ter uma ideia, enquanto as outras equipes esperaram uma classificação para reforçar o time, nós já vínhamos fazendo isso ao longo dos 14 jogos da primeira fase, justamente para entrar na segunda fase com o time, além de reforçado, entrosado. O objetivo sempre foi ter um grupo forte e equilibrado e não simplesmente um time.
E os desfalques na última rodada da primeira fase?
Pilôni - Na última partida em Barretos, por exemplo, como já estávamos classificados, tivemos oito atletas poupados, pois estavam com dois cartões amarelos, dois lesionados e mais um suspenso. Faltaram 11 jogadores e, mesmo assim, jogamos de igual para igual contra uma equipe que precisava fazer o resultado dentro de casa.
Comércio - Qual tem sido o investimento da Faith Sports no CAL Bariri?
Pilôni - Contamos com a ajuda da empresa investidora somente para transferir o clube de Lençóis Paulista para Bariri. Houve uma taxa que foi paga na Federação em forma de parcelas que venceriam em junho. A partir de julho, a mesma empresa bancaria a folha de pagamento. Ocorre que, infelizmente, a empresa sentiu o baque da crise econômica, fechou algumas unidades industriais no Brasil e ficou impossibilitada de cumprir com o acordo.
A falta de apoio da cidade pesou?
Pilôni - Paralelo a este fato (saída da empresa), nós, infelizmente, não encontramos o apoio da cidade, que até agora não deu, nem de longe, o retorno esperado. Contávamos com um envolvimento da cidade, pois ela receberia um time profissional, algo que é desejado por diversas e maiores cidades como Botucatu, Avaré, Votuporanga e outras. Mas não aconteceu e a Faith Sports e a Meta Marketing, que vêm bancando o custo operacional e a folha de pagamento desde março, agora precisam de ajuda, pois estourou os recursos que estavam orçados no planejamento inicial.
E qual era o orçamento?
Pilôni - Nosso custo mensal total gira, hoje, na casa dos R$ 22 mil, sendo que nossa folha de pagamento, que é nosso maior custo, no início, estava na casa de R$ 20 mil e hoje não passa de R$ 16 mil.
Qual a fonte de renda? Patrocínio?
Pilôni - Nós temos cinco placas no campo e mais um único patrocínio no uniforme que, somados, não passam de R$ 2 mil. Aliás, não quero cometer nenhuma injustiça com essas poucas empresas que nos ajudam muito; acreditaram no projeto e têm sido fiéis e solidárias nessa empreitada. A fonte de renda sempre foi Faith Sports e Meta Marketing. Se Bariri hoje tem futebol profissional é porque estas duas empresas seguraram a bronca até aqui.
E agora?
Pilôni - Daqui pra frente precisamos de ajuda. Temos feito muitos contatos e tenho certeza de que vai surgir um parceiro para nos ajudar a terminar o campeonato com dignidade. Quem chegar agora encontrará um time bem montadinho e associará sua marca a um grupo vencedor. Ano que vem estará conosco na A-3.
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