Um ano atrás José Antonio Construtor de Oliveira assumia o comando do XV de Jaú. Seu primeiro ano de mandato foi marcado por erros no futebol e acertos administrativos. Enquanto atuava para resolver as pendências financeiras do clube, ele deixou o futebol na mão de “notáveis” ex-jogadores que fizeram sucesso pelo clube.
A receita fracassou e vai servir de exemplo agora para o presidente, que não aceita cometer erros semelhantes na montagem do time que em 23 de janeiro deverá estrear na Série A-3 do Paulista. Hoje, o Galo completa 85 anos, sem festa e na expectativa da definição da comissão técnica e do elenco que vão tentar obter o acesso.
O primeiro passo do campeonato de 2010 será dado amanhã, na reunião do Conselho Arbitral. Construtor estará presente. Disse que tem algumas ideias, mas dificilmente poderá emplacar de imediato, uma vez que a Federação Paulista de Futebol (FPF) leva para o encontro com os clubes formato, regulamento e tabela definidos. Só pede a aprovação.
“Vamos aproveitar a oportunidade de estar todos juntos e fazer nossas reivindicações. É uma oportunidade que temos de ficar frente a frente com o presidente da FPF, Marco Polo Del Nero, e solicitar dele e da entidade mais apoio aos clubes do interior, em especial às equipes que estão na Série A-3”, disse Construtor.
Só a partir do Arbitral é que o presidente pretende anunciar o novo treinador do clube, como também alguns jogadores que serão contratados para integrar o elenco atual, formado por 13 profissionais e mais cinco junio-res. Ele espera revelar o nome até o fim da semana.
Entre os 13, dois são experientes: Marcelinho Goiano (lateral-direito) e Marquinhos (lateral-esquerdo), este último emprestado ao CAL Bariri para a Segunda Divisão deste ano. A dupla já defendeu o XV em séries A-2 e A-3 e são os únicos profissionais remanescentes de temporadas passadas.
“Muitos treinadores se ofereceram para trabalhar no XV, mas temos de analisar e ver aquele que realmente se encaixa no perfil do clube e daquilo que pretendemos fazer no ano que vem. Vários treinadores querem vir treinar o XV”, garante o dirigente.
“Acontece que não podemos errar e jogar por água abaixo esse trabalho de seis meses do Márcio Griggio no time sub-20. Temos uma base formada e vamos conversar com o novo treinador para trazer apenas os jogadores necessários”, diz Construtor, lembrando que já fez proposta para segurar Griggio. O técnico do sub-20 assumiu compromisso de ir para o Náutico como coordenador das equipes de base.
“Precisamos trabalhar com qualidade e não quantidade. Aprendi muito este ano e tenho certeza de que os mesmos erros não vão se repetir”, falou o dirigente. A montagem do time para 2009 ele deixou sob a responsabilidade do então supervisor de futebol Alfinete e do então técnico Wilson Mano. Muitos jogadores vieram e foram dispensados sem ao menos jogar.
Na opinião de Construtor, tudo tem hora e momento certo e a chegada do treinador do profissional e dos reforços também podem esperar mais alguns dias. “Comecei do zero quando assumi a presidência do XV. O clube não tinha nenhum jogador inscrito da FPF. Hoje, temos 13 atletas profis-sionalizados e registrados em carteira e mais cinco juniores à disposição do treinador.”
Diretor fala dos salários e das contas fixas
Os atletas profissionais do XV ganham entre R$ 600 e R$ 700. Os juniores e mais alguns juvenis têm direito a ajuda de custo de R$ 300. O clube gasta ainda mensalmente cerca de R$ 7 mil com alimentação, R$ 8 mil com funcionários e mais R$ 10 mil com a comissão técnica (sete profissionais).
Isso sem contar despesas de manutenção do estádio, acertos com ex-jogadores e dívidas não-pagas por diretorias passadas. Somando tudo, a conta chega a quase R$ 50 mil. “Nunca nenhum presidente pagou água no Jauzão”, garante. Construtor diz que fez acerto com o Saemja e paga duas contas todo mês, uma do ano em curso e outra de 2008. “Mas tem ainda uma ação de cobrança de R$ 722 mil contra o XV.”
Construtor foi eleito presidente após fazer composição com a diretoria anterior, aceitando em sua chapa, por exemplo, o segundo vice-presidente Manoel Roberto Santiago, o Lolo, que já havia sido lançado candidato a presidente por Irineu Stripari e João Brandão do Amaral, os homens que comandavam o clube na época.Construtor não programou nada para celebrar os 85 anos do XV, mas garante que não é por falta de interesse. Ele chegou a pensar na realização de um jogo festivo com ex-atletas do clube, mas o fato de o Galinho ter atuado fora de casa ontem, pelo Paulista Sub-20, atrapalhou os planos – jogou à tarde em Barueri.
Ele espera fazer uma celebração digna da história do clube em 2010. “Quem sabe essa comemoração poderá ser completa, com o acesso do Galo no ano que vem para a Série A-2. Vamos fazer de tudo para que isso aconteça. Mas precisamos do apoio da sociedade, pois o XV não é meu e nem da diretoria, nosso querido Galo da Comarca é de todos nós.”
domingo, 15 de novembro de 2009
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