domingo, 15 de novembro de 2009

“Prefiro pagar a dívida e salvar o XV”

José Construtor (centro) com seus diretores eleitos em 2008

Faz um ano que foi eleito para a presidência do XV. O que ressalta como mais importante no período?
Construtor - O que fica de mais importante é o pagamento das contas e os acertos que fiz com pessoas que trabalharam no XV. Estou acertando o pagamento de muitas pessoas honestas que passaram pelo clube e não receberam na época devida. Estou passando o XV a limpo, pagando muitas dívidas e estancando a sangria que o clube sofreu nos últimos tempos. Quem sabe para 2011 o XV já será forte de novo.

Você está deixando alguma dívida para trás?
Construtor – Não. De jeito nenhum. Está tudo em dia. Essa é a grande vantagem que o clube tem agora. No fim dos meus dois anos de mandato não vou deixar uma dívida sequer. O XV tem dinheiro? Não tem. O presidente está buscando, emprestando de amigos e talvez fique para eu pagar depois que sair do XV. Estamos trabalhando para resgatar a credibilidade e conseguir apoio de uma ou duas empresas grandes. Com patrocínio e nossa ajuda vamos pagar as ações contra o XV (dívida chega a quase R$ 6 milhões).


Você conseguiu algum patrocínio de peso para somar ao do Guaraná 15, que patrocinou em 2009 e já renovou por cerca de R$ 50 mil para todo o ano de 2010?
Construtor – O Guaraná 15 é um parceiro. E está vindo outras pessoas que podem ajudar. Sei que o XV precisa de dinheiro para pagar suas contas. O patrocínio do XV já saiu do cofre do XV, foi usado para pagar dívidas. Temos de controlar as ações para preservar o patrimônio e não perder o estádio.

Quanto vai render de patrocínio em 2010?
Construtor - Estamos buscando chegar a R$ 100 mil no ano com patrocínio de camisa e de pintura de muros. Mas é um dinheiro que nem vai entrar no futebol do clube. É um dinheiro destinado a pagar contas do XV de acertos que estamos fazendo.E para pagar jogadores e técnico?Construtor - Isso vamos ter de conseguir emprestado com amigos e investidores. Empréstimo para o presidente e não para o XV. E o presidente vai pôr um pouco do bolso (ele não quis informar quanto já colocou de dinheiro próprio no clube).
E o que você sabe da A-3 para 2010?
Construtor - A cota será igual à do campeonato passado, de R$ 50 mil. Mas esse valor a gente nem conta. É um dinheiro que fica quase tudo para pagar ingressos, arbitragem, bola... Deve sobrar uns R$ 15 mil para o XV, mas já tem ação esperando isso para bloquear direto na Federação. No ano passado teve bloqueio. Estamos lutando para acabar com essas ações. Temos uma equipe boa de administradores no estádio e um jurídico empenhado em acabar com isso.

E na parte esportiva? Permanece a fórmula?
Construtor – Vai ser tudo igual. Com 19 jogos para cada time, dez fora e nove em casa para o Galo. Classificam-se oito para a segunda fase, depois sobem quatro. Mas espero que tenha novidade para 2011. Sugeri ao presidente da FPF fazer um campeonato de oito meses, reunindo os times da A-1, A-2 e A-3 que não disputam o Brasileirão.

Em relação a jogadores e técnico, quem vem para dirigir o XV?
Construtor - Tem vários técnicos sendo falados – o Felício Cunha, o Edson Bobrão, o Paulinho Ceará. Tem vários. Mas a gente quer ter tranquilidade para não errar. O trabalho do Marcinho é muito bem feito e temos garotos bons no sub-20 que vão jogar pelo XV na A-3.

Tem como segurar o Márcio Griggio, evitando que ele vá treinar as bases do Náutico?
Construtor - Tem. Estamos lutando também. Tem como segurar ele e tem como vir jogadores de nome. Mas para isso precisa de receita, de patrocínio e de mais gente ajudando. Entre pagar a dívida do clube e disputar o campeonato, prefiro pagar a dívida e salvar o XV e o estádio.

Mas o afastamento da FPF, você não pretende pedir?
Construtor - Não pretendo. Mas tenho tudo conversado na Federação se for preciso adotar essa medida. Vou fazer o parcelamento do INSS (dívida de R$ 2,4 milhões), tentar buscar apoio e se não conseguir ajuda de firmas, vou reunir a diretoria e levantar essa questão.
Não seria uma alternativa disputar a A-3 com o atual time sub-20?
Construtor – Podemos disputar com o júnior, sim, mas temos de ver que o XV, hoje, tem despesa fixa de R$ 50 mil e receita de R$ 8 mil. Se trouxer quatro ou cinco jogadores, durante o campeonato, a despesa não vai aumentar muito. Vai subir para uns R$ 60 mil a R$ 70 mil por mês.

E a escolinha vai ser retomada?
Construtor - Vai sim. Sempre foi um sonho meu ter uma escolinha forte. Mas vamos ter de cadastrar todos os alunos. Eles vão ter uma ficha no clube. Por que isso? Porque o clube precisa ter o direito de formação desses jogadores, que custam muito para o XV. Este ano disputei várias categorias do sub-11 até o sub-17 e não tenho jogador nenhum. Os três ou quatro melhores não estão mais no XV. Foram levados por empresários.

E a respeito do parcelamento da dívida com o INSS?
Construtor - Vamos protocolar nos próximos dias a intenção de renegociar. Temos até o dia 30 para isso. Para fazer o parcelamento temos de assumir mais uma dívida de R$ 12 mil a R$ 13 mil por mês por durante 15 anos. Mas quero fazer isso. Quero que o XV tenha nome limpo. Aquela história de antigamente de não pagar dívida com jogadores vai acabar.

José Construtor e o presidente da FPF, Marco Polo Del Nero

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