Trinta e três mesa-tenistas brasileiros embarcaram ontem para Ilha Margarita, na Venezuela, para representar o País no Parapan-Americano de Tênis de Mesa. Entre eles está o jauense Paulo Sérgio Salmin Filho, 15 anos, que vai competir entre os adultos na categoria livre do torneio internacional realizado a cada quatro anos.
O objetivo de Salmin é ajudar a delegação a manter a hegemonia da modalidade nas Américas. Quatro anos atrás, em Mar Del Plata, o Brasil conquistou 11 medalhas de ouro, seis de prata e dez de bronze. Dois anos atrás, nos Jogos Parapan-Americano, no Rio de Janeiro, os brasileiros também foram os campeões.
Salmin compete de domingo até o dia 4 de outubro, tendo como adversários mesa-tenistas de todo o continente na categoria livre. Os melhores garantirão vaga no Campeonato Mundial de 2010, na Coreia do Sul, que é classificatório para as Olimpíadas de 2012. É esse o sonho do jauense, que terá outra missão no mês que vem: representar o Brasil na categoria sub-21 do Parapan.
Para chegar à Venezuela, Paulo Salmin teve de superar uma série de dificuldades, mas a maior delas foi levantar os recursos financeiros necessários. Com vaga assegurada por ter sido o terceiro colocado na seletiva realizada no Rio de Janeiro, ele contou com o apoio das técnicas Daniela Bassi e Gláucia Dyonísio para conseguir o patrocínio – cerca de R$ 5 mil, que foram obtidos com mais de 20 empresas e colaboradores, incluindo Secretaria de Esportes de Jaú, Biomecânica, Unimed e Balas Toffano, entre outros.
Só o primeiro colocado viajou com as despesas pagas pela Confederação Brasileira de Tênis de Mesa. Paulinho, como é chamado pelas técnicas, vai competir na classe 8. “É com base nas limitações do atleta”, explica. “De 1 a 5 é para os cadeirantes. De 6 a 10, para os andantes.” O número 10 é para atletas com menor nível de deficiência.
Salmin pratica tênis de mesa há três anos com Daniela Bassi – foi convidado por amigos que jogavam o esporte. Ele diz que também pratica futebol, quando usa muleta para se locomover. Cursa o primeiro colegial na Fundação Dr. Raul Bauab e espera que a semana de aula que vai perder não o prejudique nos estudos. “O Paulinho é um exemplo para nós”, diz Daniela, que também chegou a convidar o garoto para ingressar na escolinha de tênis de mesa. “Ele nasceu sem a perna direita. É um guerreiro desde criança. Foi criado assim pela família, para enfrentar o mundo”, fala Gláucia Dyonísio.
Paulo Salmin utiliza uma prótese no lugar da perna, afixada em seu quadril, uma vez que nasceu sem o fêmur. Sua carreira inclui diversas medalhas de ouro e prata em Jogos Regionais, Jogos Abertos, Copa Brasil e Brasileiro. O sonho, na verdade, é ir para as Olimpíadas. Quem sabe em 2012, em Londres
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