sábado, 5 de dezembro de 2009

Brandão divulga projeto para ajudar o XV


“É uma coisa que sempre lutamos. Estou querendo ajudar o Zé naquilo que não me ajudaram no passado.” Foi assim que o prefeito em exercício de Jaú, João Brandão do Amaral, justificou o Projeto de Lei nº 53/2009 que propõe convênio com o XV de Jaú. A iniciativa será analisada pelos vereadores na sessão de segunda-feira. A diretoria do Galo também estuda detalhes da parceria.
A reunião para mostrar o projeto a dirigentes do XV foi ontem de manhã no salão nobre da Prefeitura. Além de Brandão e do seu chefe de gabinete, José Francisco Leonelli (um dos vice-presidentes do XV), estiveram presentes o presidente do clube, José Antonio Construtor de Oliveira, e o presidente e o vice do Conselho Deliberativo, José Francisco Martins Peres e Antonio Carlos Mazzei, respectivamente.
“O projeto vai na segunda-feira para a Câmara”, diz Brandão, que espera ter apoio dos vereadores para colocá-lo em prática, caso o clube concorde com os termos. O projeto se baseia em indicação e requerimento apresentados no primeiro semestre pelo vereador Fernando Frederico de Almeida Júnior (PV), com adaptações feitas por Brandão e pela assessoria jurídica da Prefeitura.
Brandão esclarece que a parte da Prefeitura será fornecer a retaguarda para que o clube se preocupe apenas com a administração do time profissional. Pelo projeto, cabe ao governo municipal ceder mão-de-obra para diversas funções de manutenção do Estádio Zezinho Magalhães. A própria preservação do Jauzão cabe ao Município, como também o fornecimento de alimentação e transporte para o esporte amador do clube (divisões de base).
“A manutenção do estádio ficaria praticamente por conta da Prefeitura”, garante o prefeito em exercício. “Já estive no XV e sei o que se gasta lá. Se o clube tiver quem aguente (pague) as despesas fixas com funcionários, o presidente fica livre para administrar o futebol profissional.”
Brandão estima que a ajuda mensal pode chegar a R$ 25 mil, mesmo valor calculado pelo presidente do Conselho Deliberativo, José Francisco Martins Peres. Na opinião dele, o projeto pode ser benéfico para o clube e, caso a diretoria solicite uma opinião dos conselheiros, uma reunião poderá ser marcada para breve.
A parte que cabe ao XV no convênio é liberar seu estádio para a Prefeitura instalar escolinhas esportivas, promover jogos decisivos de campeonatos amador e varzeano e realizar eventos sociais ou que resultem em recursos financeiros para fazer frente ao projeto. “Mas o XV vai estar sempre em primeiro lugar, para não ter conflito”, finaliza Brandão.

Sugestão é de vereador

“Tem meu apoio o projeto”, assim reagiu o vereador Fernando Frederico ao saber que o requerimento dele, assinado por outros companheiros da Câmara, vai ser encaminhado para votação. “O XV precisa disso. O projeto é bom para o XV e para o esporte em geral. Uma das cláusulas prevê que o XV disponibilize o acesso às instalações. Em contrapartida, a Prefeitura colabora com a manutenção do estádio“. Segundo ele, isso facilita a administração do clube pela diretoria atual. “É o pontapé inicial. Está renovando aí uma relação entre Prefeitura e XV. Abre a possibilidade para outros projetos.”

Previsão é de 12 meses

“Projeto é projeto. Só vale depois de aprovado pela Câmara”, ressalta João Brandão, garantindo que a parceria não vai comprometer o orçamento da cidade. A proposta é que o convênio tenha duração de 12 meses, válido para 2010 e renovável por novos períodos.
Ao explicar que pretende ajudar o clube, João Brandão deixou claro que José Construtor só vai assinar depois de aprovação pela Câmara e caso ache interessante. “Acho que é uma ajuda fundamental. A partir daí a diretoria só trabalha com o profissional. O XV de Jaú é muito pequeno para ficar dividido”, diz Brandão, pedindo um voto de confiança da diretoria do clube. Ele foi diretor de futebol do XV por quase oito anos.
“Estou correndo atrás também de patrocínio para o XV. Se conseguir outro, junta com o que já tem, que é o Guaraná 15”, falou Brandão, citando outra frente em que está atuando para ajudar o clube. Ele conversa com um fornecedor de material para calçados que quer reforçar sua marca no mercado. O vice-prefeito também vai tentar obter novo apoio da Embratel. Em 2007 e 2008, o XV chegou a receber R$ 28 mil por mês da empresa de telefonia. O Guaraná 15 vai pagar R$ 50 mil pelo ano todo.

Jurídico do XV analisa


O presidente do XV, José Construtor, disse que foi pego de surpresa na reunião de ontem. Por isso preferiu não se manifestar se o projeto é viável ou não. “Estou com a minuta do projeto na mão. Vou analisar. Vou levar para os advogados do clube. Não posso decidir sozinho, ainda mais porque jogaram na mesa para eu assinar sem nem ler.”
Construtor garante que só ficou sabendo a proposta da Prefeitura ontem, depois de ter sido avisado da reunião na véspera. Segundo ele, diretores do clube e do conselho se reuniram na terça-feira com o prefeito para discutir o projeto. “O XV é a parte interessada e o presidente teria de saber antes. Teria de ser informado numa reunião com portas fechadas e não na frente da imprensa.”
Em todo caso, Construtor disse que “se for bom para o XV” ele assina. “Tenho de tomar cuidado para assinar as coisas”, alerta, não querendo correr o risco de assinar algo prejudicial ao clube, como, segundo ele, ocorreu no passado.
Para Construtor, o XV precisa de ajuda imediata para o departamento profissional. “Isso se resolve se a Prefeitura comprar 20 mil ingressos e dividir para a população. Ou fazer o que foi feito pela prefeitura de Araraquara, que assumiu o estádio da Ferroviária e pagou todas as dívidas.”

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