segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Felício quer o fim dos apelidos bobos

Os jogadores do XV de Jaú só voltam aos treinos na segunda-feira, logo cedo, mas alguns deles além do treino para entrar em forma vão precisar ficar atentos aos chamados dos colegas. Por recomendação do técnico Felício Cunha, os apelidos bobos ou que fazem referência a origem dos atletas devem ser abolidos. A regra no Jauzão é usar o nome próprio do atleta.
Felício acha que é preciso mais profissionalismo no futebol e apelidos como Manteiga, Romarinho, Maceió e outros usados pelos atletas do XV prejudicam a carreira. Assim, o lateral-esquerdo do Galinho Manteiga passa a ser apenas Emanuel. Fabinho Maceió perde o apelido que mostra sua origem e passar a ser simplesmente Fabinho. E o atacante Romarinho se transforma em Rodrigues, seu sobrenome.
Emanuel, 20 anos, era chamado de Manteiga pelos companheiros do Galinho após sua vinda para o XV. Até mesmo integrantes da ex-comissão técnica optavam pelo apelido para se referir ao jogador.
O mesmo acontece com o atacante Romário Souza Rodrigues, que virou Romarinho em Jaú. O atleta de 20 anos é de Colinas-MA. O atacante diz que o nome dele foi dado mesmo por causa do jogador Romário, que surgiu no Vasco, passou pela Europa, Flamengo e foi campeão mundial pela Seleção.
“Minha família toda é vascaína e o apelido Romarinho começou desde adolescente, quando eu jogava bola com amigos na escola e nas quadras e campos do bairro”, conta Rodrigues. “Estou treinando forte e o mais importante é ajudar a equipe marcando gols. Venho trabalhando para isso e buscando meu espaço no time principal”, completou o ex-Romarinho.

Pressão

Para o treinador Felício, ser chamado de Romarinho é ruim para o atleta, uma vez que fica o peso do nome de um craque mundial, dando ao atleta menos famoso uma responsabilidade muito grande. “Os torcedores jauenses vão ficar pressionando e querendo gols do Romarinho. O Romário é um só, então, vamos agora revelar o artilheiro Rodrigues”, comentou o treinador quinzista. Para ele, o sobrenome do jogador encaixa melhor.
O atacante Rodrigues chegou ao XV em 2007, indicado pelo ex-treinador Adinan Adão para disputar a Copa São Paulo de Futebol Júnior. Ficou no clube jauense e serviu ao grupo principal com o ex-técnico Adailton Ladeira, disputando a Série A-2. Depois foi para as categorias de base do Corinthians. Ele e o colega Asprila, outro jogador que adotou apelido no lugar do nome José Antonio de Paula Júnior.
Rodrigues diz que Asprila chegou a jogar no futebol japonês e que hoje está no Monte Azul Paulista (A-1). Rodrigues atuou no futebol chileno – juniores do Colo Colo – e depois retornou ao Brasil, sendo contratado pelo Batatais.




Também ficará de fora da lista de escalações o nome Maceió, acostumado a vir logo em seguida de Fabinho. O atacante Fábio Henrique da Silva, o Fabinho, 23 anos, nasceu em Maceió (AL), por isso o apelido que carrega há alguns anos.
Ele chegou ao XV em 2003 por indicação do ex-jogador do XV e atual treinador de futebol Roberval Davino. Ficou no clube nas categorias de base até 2004, quando teve sua chance no elenco profissional. Com as mudanças de reinadores no XV, ele saiu do clube e passou por equipes como Costa Rica-MT, Ferroviária e São Carlos.
“Tem bastante atacantes no elenco e a ‘briga’ vai ser sadia, com certeza. Todos estão treinando forte e lutando por espaço na equipe titular, mas quem define é o treinador Felício, o qual respeito muito. Quanto ao Fabinho, sem Maceió, já estou acostumado. Nas outras equipes em que atuei o pessoal me chamava de Fabinho.”
O XV tem ainda mais dois atletas com apelidos no nome e que devem ser abandonado a pedido do treinador. O meia-atacante Éverson Cogo é chamado de Éverson Jaú ou de Evinho. Mas a comissão técnica do XV diz que basta chamá-lo de Éverson que fica claro quem é o atleta.
Outro que traz no nome profissional a origem é Sérgio Barrinha, mas como já é veterano e o nome da cidade está praticamente incorporado ao seu próprio nome, a mudança não deve ocorrer.

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