A carta abaixo, do Chiva, foi um desabafo ao jornalista que entrevistou Edmilson para o Jornal da Tarde. O ex-jogador do XV refutava o termo “sorte de campeão” e disse que trabalhou muito para chegar onde chegou. “No começo de carreira, no XV de Jaú, comi frango por três meses. Mas quando tive a oportunidade, estava preparado.”
“Prezado Juliano,
O mal-agradecido Edmilson, além de frango, comeu por três anos muito feijão, carne, macarronada e muito ‘rodízio’ de carnes depois dos jogos em churrascarias, coisa que nunca comeu na casa dele. Apesar de vir de família humilde e de ser um bom caráter, ele resolveu, de uns tempos para cá, menosprezar o clube que lhe preparou e abriu as portas para atingir seus objetivos profissionais.
Igual ao que ele comia, comeram Marola, Alfinete, Luis Carlos, Wilson Mano, Kazu, Emerson, Fabiano, Sonny Anderson, Toninho, Antonio Carlos, Edu (Inter) e tantos outros formados na escolinha do XV de Jaú. Escolinha que, além de bons profissionais e diretores, foi uma das primeiras no Brasil a ter nutricionista. Os garotos da escolinha comiam melhor que os profissionais, principalmente no período em que Edmilson esteve aqui.
Se não fosse o que aprendeu no XV e o tratamento que recebeu estaria até hoje apanhando laranja em Taquaritinga. Quem está vos escrevendo foi o treinador dele e desta turma que está nomeada acima. Depois, fiquei dez anos no Japão. Peça para ser mais elegante, como sempre o foi, e não cuspir no prato que sempre comeu bem.”
Wilson Fernando Rizatto, o Chiva
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