domingo, 25 de outubro de 2009

Zé Carlos ensina futebol a bocainenses





A garotada que hoje aprende a jogar futebol com José Carlos Garcia nem imagina, mas na frente deles, ensinando os fundamentos do esporte e dando bronca para exigir perfeição, está um craque de bola. Um craque que fez sucesso por onde passou, a começar pelo XV de Jaú. E jogou muita bola no exterior, encantando até o rei da Arábia Saudita.
O trabalho de Zé Carlos, hoje, é na Diretoria de Juventude, Esporte e Lazer (DJEL) de Bocaina, sua cidade natal. Ele chegou por lá em 2000/2001, quando foi convidado para disputar o Campeonato Amador Regional pelo Bocaina FC. De atleta virou professor. E técnico. Seu mais recente título foi o de campeão amador regional pelo Bocaina FC na competição da Liga Jauense de Futebol – vitória sobre Boa Esperança do Sul em agosto.
O ex-ponta-direita, maior atleta profissional do futebol de Bocaina, acumula títulos de campeão e artilheiro da Copa da Ásia na temporada 1994/1995, jogando no time Al Quadisiya, da Arábia Saudita, cuja final foi em Hong Kong. Foi pentacampeão no Oriente Médio, depois de destacada carreira profissional no XV de Jaú e na Ponte Preta.
Os olhos de Zé Carlos se enchem de lágrimas, ficam vermelhos de emoção, hoje, quando ele lembra de sua carreira. Amanhã, o ex-quinzeano completa 47 anos de vida. “Tenho muita saudade e ótimas lembranças na minha carreira profissional, do ambiente nos clubes, no campo, do calor das torcidas, que carrego no meu coração.”


Zé Carlos diz que a idade chegou e ele teve de parar. Isso foi em 1999, quando estava no Rio Preto, depois de 20 anos de carreira, seis deles no Oriente Médio, vivendo em um “mundo de costumes muito diferentes do Brasil”.

Cilinho
De dribles curtos, rapidez no raciocínio, chute potente, Zé Carlos foi descoberto pelo técnico Cilinho em 1981, que o levou para o XV de Jaú. Com 18 anos na época, ele disputava uma preliminar do jogo do XV, pelo time do Torino. Ele conta que fez quatro gols e desmontou o adversário, deixando Cilinho entusiasmado. Veio, então, o convite para jogar pelo Galo.
Na época, o treinador era Gali Neto, que lhe deu a primeira oportunidade no profissional. Ficou por cinco anos no clube, até 1986, quando foi vendido para a Ponte Preta. Pelo Galo, em 1985, foi vice-campeão do Torneiro Início do Paulistão.Antes de jogar pela Ponte, ele marcou gols importantes pelo XV no Paulistão, contra Corinthians, Palmeiras e São Paulo. Em 1983, diante do São Paulo, na primeira vez que encarou um “grande”, ele deixou sua marca no empate por 1 a 1.
“O time são-paulino tinha estrelas como Valdir Perez, Zé Teodoro, Oscar, Dario Pereira, Nelsinho, Serginho Chulapa, Márcio Araújo e Zé Sérgio”, relembra Zé Carlos. Contra o Corinthians, em Jaú, em 1984, Zé Carlos fez o gol do empate por 1 a 1.



Gol importante na Arábia

O ex-quinzeano não tem dúvidas ao dizer qual foi o gol mais importante de sua carreira. “Foi o que deu o título da Copa da Ásia ao Al Qadisiya, contra o South China.” Foi o gol que virou o jogo na vitória por 4 a 2. A Copa da Ásia equivale à Libertadores da América.Foi o primeiro título internacional de peso de um time saudita. E mereceu honraria do rei, que recebeu Zé Carlos e os jogadores do Al Qadisiya no palácio para dar uma premiação em dinheiro.
Quando estava na Arábia foi artilheiro em quatro temporadas e ganhou o prêmio de Chuteira de Ouro como melhor jogador na Copa da Ásia em 1994/95. Trocou de time e, de 1997 a 1998, ajudou o Al Khaleej a subir de divisão. Depois, veio para o Brasil e jogou no Rio Preto, encerrando a carreira de ponta-direita.
Na Ponte Preta, onde ficou de 1986 a 1992, Zé Carlos fez o gol que tirou o time da segunda divisão, em 1989, contra o Taquaritinga. A Ponte precisava ganhar por diferença de dois gols. Faltavam dois minutos para o término da partida quando Zé Carlos marcou, mantendo o time na elite do Paulistão.
Foi dele também o gol que acabou com a invencibilidade de 800 minutos do goleiro Veloso, do Palmeiras, em 1990, em pleno Estádio Parque Antártica. Foi de falta. A Ponte perdeu por 3 a 2. Ele deixou o time de Campinas negociado para a Arábia Saudita. (PCG e colaboração de João Henrique Vieira de Azevedo)


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