ESCOLINHAS: Acordo com Olé Brasil pode ser rompido

Pode ser rompido a qualquer hora o acordo para que o clube Olé Brasil assuma a coordenação da escolinha de futebol da Secretaria de Esportes, Lazer e Recreação de Jaú. O secretário João Brandão do Amaral disse que houve certa indisposição com torcedores do XV de Jaú, por isso o acordo assinado no dia 18 pode até ser cancelado.
Brandão está conversando com o vereador Fernando Frederico de Almeida Júnior (PV) para encontrar uma saída, de forma que a Prefeitura possa fazer parceria direta ou indiretamente com o XV de Jaú. A alternativa em estudo é fazer convênio com a Galinho Cidadão, Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip), que está em processo de regularização.
O Comércio publicou domingo reportagem informando que o Olé Social, um braço do clube Olé Brasil, de Ribeirão Preto, iria assumir a escolinha de futebol municipal que funcio-na no campo do kartódromo e criar pelo menos outras três – Pouso Alegre, Vila Ribeiro e Distrito de Potunduva. A meta seria atender até mil crianças.
Pelo acordo, caberia ao Olé Social o fornecimento de uniformes e material de treinamento. A Secretaria de Esportes entraria com sua estrutura – campos e treinadores. O Olé Brasil mantém acordos com outras cidades e tem como objetivo descobrir garotos bons de bola para serem utilizados pelo clube de Ribeirão Preto (Olé) e de Votorantim (Votoraty).
O secretário de Esportes de Jaú informou que não haveria conflito com o Projeto Informatibola, que ensina futebol a mais de 600 crianças em Jaú por meio de convênio com o poder público. Ele disse ainda que, no contrato, não estava vinculada a obrigatoriedade de garotos revelados em Jaú irem para o Olé Brasil. Brandão falou que a prioridade na escolha seria dada ao XV de Jaú.
O Comércio entrou em contato com o Olé Brasil FC para saber da possibilidade de cancelar o acordo, mas não obteve resposta

Vereador sugere rompimento

Torcedores do XV teriam questionado o vereador Fernando Frederico de Almeida Júnior (PV) sobre esse acordo com o Olé Brasil. Ele se informou da questão na reportagem publicada pelo Comércio e, na segunda-feira, tentou convencer o secretário de Esportes (João Brandão) e o prefeito de Jaú (Osvaldo Franceschi Junior) de que seria um mau negócio levar adiante. O melhor, segundo ele, seria o rompimento do acordo.
“Pelo que percebi, o João Brandão vai rever mesmo o acordo. Teria pedido para cancelar de forma definitiva e se empenhar para fazer parceria com o XV”, conta Frederico, que convidou outros vereadores para falar com Brandão e Franceschi.
“Tanto o João Brandão quanto o Osvaldo entenderam minhas colocações e se comprometeram a tentar desfazer a parceria. Mais que isso: resolveram tentar efetivar a parceria para ajudar o XV, seja diretamente com o clube, seja por meio da Oscip recentemente criada (Galinho Cidadão)”, disse Frederico.
“A saída é fazer parceria com o XV, levar a molecada para treinar com o XV”, destaca o vereador. Segundo ele, não tem como obrigar um moleque a dar preferência para o XV se ele está vinculado a uma empresa que tem um clube em uma cidade grande.
Frederico defende acordos com associações e clubes jauenses para tomar conta das escolinhas esportivas. No início do ano ele sugeriu que a Prefeitura fizesse convênio com o XV de Jaú, levando para o Jauzão escolinhas em diversas modalidades esportivas.

Repercussão
“É lamentável. E ainda falaram que a prioridade da revelação de jogadores era do XV. Que jeito? Os caras vêm aqui, investem e depois mandam a nata pro XV? Fomos mais uma vez iludidos” (Rubinho)

“Essa é a ajuda que a Prefeitura daria ao XV de Jaú com as categorias de base? Logo o Olé Brasil estará na A-3 e o XV fechado. Isso é muito prejudicial ao XV, uma vez que é concorrente direto na formação de novos garotos. Não seria mais óbvio deixar o XV administrar a escolinha da Prefeitura?” (Helton)

“O que me entristece muito é saber que só agora o prefeito e o João Brandão vão ‘tentar cancelar’ a parceria. Ela nem ao menos deveria ter sido cogitada”
(Fernando)

“Lambança total. Essa administração está assim mesmo: dá um tiro pra ver o que acontece. Se há reação, recua, senão, fica tudo como está. Falta de projeto dá nisso” (Jesus Baccaro)
Obs.: torcedores do XV na comunidade do clube no Orkut