Uma mostra amanhã cedo, no reformado kartódromo municipal de Jaú, vai relembrar as velhas corridas de Lambrettas realizadas na cidade. O encontro será das 8h às 10h30, com participação de ex-corredores e uma corrida de demonstração. O evento faz parte da programação de reinauguração do kartódromo, que terá ainda corrida de supermoto e de kart neste fim de semana.
A iniciativa de levar as Lambrettas ao kartódromo é de José Geraldo Zago, o Barba, e Beto Giclê. “O objetivo é fazer uma homenagem aos corredores dos anos 1950 a 1980”, disse Zago, que chegou a ver provas pelas ruas da cidade – perto da igreja São Benedito, Jardim Maria Luiza, Avenida Frederico Ozanan e antigo aeroporto.
O irmão dele, Waldemar Zago, chegou a ser campeão do circuito de corridas de Lambrettas que percorria o interior nas décadas de 50, 60 e 70. Outros jauenses campeões foram Carlos Murari e Victor Polônio Júnior.
Os três foram convidados para participar da homenagem a ser realizada hoje. Outros pilotos de Lambretta chamados para o evento são Sérgio Pirigozo, Wilson Aroni, Nicola Crocce, João Aguera, Biazoto Luiz, Viana, Conguilha, Pitera e Pedro Barbiere.Zago conta que vai fazer homenagens a pilotos já falecidos, como Coroca, Luiz da Galeno, Garcia Gordo, João de Lourenço, Dito de Chiachio, Chicão, Dito Paçoca e Marrom.
“Queremos mostrar aos motoqueiros novos como eram as corridas lá atrás, o início de tudo”, diz Zago. “Em 1973, meu irmão foi campeão com uma Lambretta que depois ficou para o Carlos Murari correr.” Murari, hoje, mora em Campinas e o site de sua empresa (www.aguajato.com.br) tem fotos antigas das corridas realizadas em Jaú. No blog http://lambrettabrasil. blogspot.com/ é possível ver fotos e vídeo abordando esse tipo de corrida.
nas velhas corridas jauenses de Lambretta, Zago lembra que eram disputadas várias categorias: passeio e especial (envenada), utilizando as velhas Xispa, LI e LD. “As ruas ficavam lotadas de gente”, conta, ao falar das provas no entorno da igreja São Benedito. “Em 1977 tivemos uma corrida no campo de aviação.”
“Corríamos com tudo”
“Na segunda metade da década de 60, Jaú era uma cidade de corredores. Corríamos em todas as modalidades: carro, Lambretta, kart e até de lancha...Havia também corridas de Lambrettas e Vespas. Como eram poucas as ruas asfaltadas na cidade – a maioria era de paralelepípedo – as corridas aconteciam nas imediações da igreja São Benedito ou na Avenida Frederico Ozanan. Normalmente as “máquinas” usadas para a corrida eram as mesmas que as pessoas usavam no dia-a-dia para lazer ou trabalho. Nelson Cirino tinha uma Lambretta chamada Gostosa. Era moda na época dar nome à Lambretta, e este era pintado no tanque de gasolina. Corriam ainda Bertinho Alves, Nicola Crocce e tantos outros.O fato mais marcante nessas provas foi protagonizado pelo Roberto Aguera. Seu irmão, Pedro, trouxe de São Paulo uma Lambretta superpreparada para corridas, excessivamente veloz. Havia a recomendação de só acelerar nas retas, mesmo assim evitando aceleração total, e fazer as curvas sem acelerar.No meio da prova, ele já havia ultrapassado o segundo colocado. Com uma volta de vantagem, Roberto se empolgou tanto que esqueceu do pequeno detalhe e, ao fazer a curva em frente do cemitério, estatelou-se no chão. Mesmo assim se recompôs e ganhou a corrida.”
Euripedes Martins Romão (Pipe Romão), no blog lambrettabrasil.blogspot.com
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